quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Chove chuva

   Chegamos em janeiro, começo do ano e época de fortes chuvas no sudeste. Minas Gerais é um dos estados que mais está sofrendo com a grande quantidade de água, já são 87 cidades em estado de emergência, oito pessoas já morreram e deslizamento de terras atingem até patrimônios históricos dos municípios mineiros. O Rio de Janeiro já está de prontidão, as chuvas atingem grande parte do estado, inclusive as áreas serranas que foram palco de um grande desastre no ano passado.
   Cidades fluminenses, como Nova Friburgo e Teresópolis, foram vítimas de fortes chuvas em 2011, que aumentaram a vazão dos rios, causaram deslizamento de terras, soterraram inúmeras casas e mataram mais de 900 cidadãos. Sendo uma região de serras e colinas, o governo nada fez para prevenir a catástrofe, e sendo assim, as estradas foram danificadas, as ruas ficaram cheias de lama e os rios invadiram as cidades.
   Passado um ano, o governo também pouco fez. A verba federal repassada foi de 10 milhões de reais para tentar reconstruir a infra-estrutura das cidades e desenvolver obras para conter as chuvas. Mas o prefeito de Nova Friburgo foi afastado do cargo, por suspeita de irregularidades no uso da verba. Até agora, não foram feitas as casas para os desabrigados, as encostas continuam sem contenção e as obras feitas estão em andamento em pleno período de elevado índice pluviométrico. E novos acidentes acontecem.
   Hoje, quinta feira 5 de janeiro, uma represa em Campos dos Goyatazes transbordou e danificou seriamente uma rodovia, que não foi construída para suportar enchentes. Na mesma cidade, alguns moradores tiveram que ser retirados as pressas por estarem em áreas irregulares, coisa que poderia ter sido evitada há dois anos quando o pesquisador Arthur Soffiati propôs deslocar a população do local para uma área segura, e foi ignorado pela prefeitura e pelo Ministério Público.
   Dessa forma, o governo não providencia evitar essas catástrofes, e acaba gastando muito para tentar sustentar dezenas de desabrigados, infelizmente nosso país prefere remediar do que prevenir. Se a situação caminhar da mesma forma, próximo verão veremos a mesma cena se repetir, e teremos que nos unir para garantir suprimentos a esse povo que não tem culpa, teremos que fazer o que o próprio estado devia fazer.

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